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A troca de comando no Legislativo gaúcho é também a oportunidade para um breve balanço da atuação dos representantes parlamentares e do desempenho da administração que conclui o seu mandato. Sob o comando do deputado Pedro Westphalen, a Assembleia manteve o foco na transparência e racionalizou gastos, como comprova a extinção do 14º e do 15º salário dos parlamentares vantagens injustificáveis que já se estavam tornando permanentes. Com a divulgação dos salários dos servidores, a redução de ajuda de custo aos parlamentares e a publicação sistemática de gastos em seu portal, o parlamento rio-grandense conquistou o reconhecimento da ONG Transparência Brasil, como o que melhor atende os critérios de informação ao público.
Ainda que a produtividade de alguns parlamentares possa ser questionada – e cabe aos eleitores fazer isso, especialmente no momento de decidir pela recondução ou alternância no mandato, – o colegiado contabilizou pelo menos uma grande conquista no ano recém-findo, que foi a aprovação de uma nova legislação de prevenção e combate a incêndios. No exame dessa matéria, o parlamento demonstrou sensibilidade em relação a uma demanda social e mais agilidade do que o Congresso Nacional, que deixou de lado a questão tão logo a comoção popular diminuiu.
É de se esperar, neste momento de transição, que o deputado Gilmar Sossella assuma a presidência da Casa renovando o compromisso com a austeridade e com a transparência, para dar continuidade ao trabalho de recuperação da imagem do parlamento. Ainda há muito para avançar. Um novo passo adiante, por exemplo, seria estimular os deputados a justificar detalhadamente seus gastos no site da transparência ou mesmo em seus canais de comunicação com o público.